domingo, 19 de junho de 2016

O amor é um filme


ATIVIDADES PROPOSTAS


Este é um blog da professora Kátia Teixeira. Ela apresenta um material muito diversificado para trabalhar a literatura com as crianças do Ensino Fundamental 1. Achei muito interessante o documento contendo várias atividades para serem realizadas com o 4º Ano do Ensino Fundamental.


Principais autores


INFLUÊNCIAS DA LITERATURA DE CORDEL

Cultura
Considerada uma das técnicas de impressão mais antigas que existe, a xilogravura utiliza carimbos de madeira para imprimir gravuras em um suporte de papel. É muito comum ver essas imagens ilustrando as poesias de cordel em folhetos e animação em vídeo.
Segundo o pesquisador Marco Haurélio, a utilização da xilogravura na literatura de cordel nunca foi bem vista pelos leitores. “O primeiro poeta a utilizar uma xilogravura numa capa de folheto foi Francisco das Chagas Batista, em 1907, mas foi um fato isolado. Os pesquisadores, no entanto, passaram a considerar a xilogravura como a ilustração por excelência do cordel em detrimento das capas vinhetadas e das capas em policromia da Editora Luzeiro, de São Paulo. Se você me perguntar qual a forma mais característica de se ilustrar o cordel, direi que é a xilogravura (longe de ser a única)”, afirma.
No cinema, o cordel também aparece em um gênero chamado de Nordestern, que traz filmes como O cangaceiro (1953), de Lima Barreto, e outras produções da década de 1950 e 1960, além das obras de Glauber Rocha.
Com outras adaptações, o cordel se faz presente também na música em obras como a de Luís Gonzaga, Alceu Valença, Zé Ramalho, Belchior, Jorge Mello, Tom Zé, Socorro Lira, Raul Seixas, Zé Geraldo, entre outros. Composições de Patativa do Assaré já foram gravadas por grandes nomes, como A triste partida, na voz de Gonzaga, Vaca estrela e boi fubá e Sina, por Fagner. Alguns grupos mais recentes, como Cordel do Fogo Encantando, também bebem dessa fonte para compor suas canções.
Esse link se trata de uma animação de cordel. Em que o autor faz uma comparação entre o amor e um filme palas emoções que sentimos, pelo cheiro da pipoca.Até mesmo pelos diferentes momentos vividos, no amor vivemos momentos de aventura e ação, de drama de suspense, enfim ... ás vezes dá até uma dor de barriga.
O amor é um filme, e Deus é o espectador!
Literatura
Literatura de Cordel é uma modalidade impressa de poesia, que já foi muito estigmatizada mas hoje em dia é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado, regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse a morte do cordel, mas ainda não foi dessa vez.
A cada dia os textos são mais valorizados por todo o Brasil e pelo mundo. Os textos são publicados em livretos fabricados praticamente de forma manual pelo próprio autor. Eles têm geralmente 8 páginas mas podem ter mais, variando entre 8 e 32. As páginas medem 11x16cm e são comercializadas pelos próprios autores. Há alguns livros publicados, mas no geral a venda acontece dessa maneira. Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde são dois dentre os primeiros poetas; e estes já possuem livretos publicados por editoras, sendo vendidos e reeditados constantemente. Não há como contar a quantidade de exemplares, pois a cada tiragem milhares de exemplares são vendidos.
Assim como muitos itens dos que compõem a nossa cultura, a literatura de cordel tem influência Portuguesa. Os autores das poesias se denominam trovadores e geralmente quando as declamam são acompanhados por uma viola, que eles mesmos tocam.
Este tipo de literatura marcou também a cultura francesa, espanhola e portuguesa, através dos trovadores. Estes eram artistas populares que compunham e apresentavam poesias acompanhadas de viola e muitas vezes com melodia. Se apresentavam para o povo e falavam da cultura popular da localidade, dos acontecimentos mais falados nas redondezas, de amor, etc. Assim como no trovadorismo, movimento literário que abriga essa prática, hoje é a literatura de cordel. Até mesmo as competições entre dois trovadores, com suas violas, é presenciada hoje por nós e já foi muito praticada nos três países citados, especialmente em Portugal.
No Brasil prevalece a produção poética, mas em outros locais nota-se a forte presença da prosa. A forma mais freqüentemente utilizada é a redondilha maior, ou seja, o verso de sete sílabas poéticas. A estrofe mais comum é a de seis versos, chamada sextilha. E o esquema de rimas mais comum é ABCBDB.
Os temas são os mais variados, indo desde narrativas tradicionais transmitidas pelo povo oralmente até aventuras, histórias de amor, humor, ficção, e o folheto de caráter jornalístico, que conta um fato isolado, muitas vezes um boato, modificando-o para torná-lo divertido. Ao mesmo tempo que falam de temas religiosos, também falam de temas profanos. Escrevem de maneira jocosa, mas por vezes retratam realidades desesperadoras. Uma outra característica é o uso de recursos textuais como o exagero, os mitos, as lendas, e atualmente o uso de ironia ou sarcasmo para fazer críticas sociais ou políticas. Usar uma imagem estereotipada como personagem também é muito comum, às vezes criticando a exclusão social e o preconceito, às vezes fazendo uso dos mesmos através do humor sarcástico. Além dos temas “engajados”, se assim podemos chamá-los, há também cordéis que falam de amor, relacionamentos pessoais, profissionais, cotidiano, personalidades públicas, empresas, cidades, regiões, etc.
Uma das características desse tipo de produção é a manifestação da opinião do autor a respeito de algo dentro da sua sociedade. Os cordéis não tem a característica de serem impessoais ou imparciais, pelo contrário, na maioria das vezes usam várias técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a idéia proposta.
Ai! Se sêsse!...
Autor: Zé da Luz

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!
FIM
Para ler e conhecer mais sobre os Cordéis, visite: www.ablc.com.br
Esse link dá acesso a outros incríveis cordéis de autores nordestinos maravilhosos.
Língua Portuguesa
O ACORDO ORTOGRÁFICO E AS MUDANÇAS NO PORTUGUÊS DO BRASIL

Com licença, meus amigos,
Quero falar com vocês
Sobre o que estão fazendo
Com o nosso português.
Eu não sei se é bom ou mau
Mas, Brasil e Portugal
Assinaram um tratado
Pra que em nossa ortografia,
Que é diferente hoje em dia,
Seja tudo unificado.

Moçambique, Cabo Verde,
Angola e Guiné-Bissau
Assinaram o acordo
Com Brasil e Portugal.
O Timor Leste também
Embarcou no mesmo trem
E andaram me dizendo
Que entrou até São Tomé,
Mas este, sendo quem é,
Eu só acredito vendo.

Eu sei é que para nós,
Do português-brasileiro,
O acordo entrou em vigor
A primeiro de janeiro.
E agora não tem jeito,
Reclamando ou satisfeito,
O que é preciso fazer
É estudar a reforma
Para conhecer a forma
Que nós temos que escrever.

Eu já soube, por exemplo,
Que acabaram com o trema
E, aliás, quanto a isso,
Não vejo o menor problema.
Pois pronunciar “frequência”,
“tranquilidade”, “sequência”
e até “ambiguidade”,
A gente foi aprendendo
Ouvindo e depois dizendo
Através da oralidade.

O “k”, o “y” e “w”
Entraram no alfabeto.
E quanto a isso eu achei
Que o acordo foi correto
Pois já tinha muita gente
Com nome bem diferente
No sertão do Ceará:
O Yuri e o Sidney,
Franklyn, Kelly e Helvesley,
Já usam essas letras lá.

Mais complicado é o hífen
Que ora tem, ora não.
Parece que há uma regra
Pra cada situação.
Em muitas ele caiu
Mas em algumas surgiu.
E, como a coisa complica,
Já falam em reunir
Mais gente pra discutir
Quando sai e quando fica.

Mas, parece que os problemas
Que vão incomodar mais
Vêm com a queda dos acentos
Ditos diferenciais.
Pólo, pêra, pêlo e pára
Ficam com a mesma cara
Pra sentidos diferentes.
Mas, de acordo com reforma,
“pôde”, “pôr”, “dêmos” e “forma”
São exceções existentes.

Tem muitas outras mudanças
Que ainda temos que estudar.
Permitam-me um conselho
Que agora quero lhes dar:
É bom ficar bem atentos
Para essa queda de acentos
Na escrita brasileira.
E quando for se sentar
Cuide pra ninguém tirar
O assento da cadeira.

Já chega de falar tanto
Sobre a língua portuguesa.
Vou pegar um avião
E voar pra Fortaleza.
Mas, antes desse percurso
Devo dizer que esse curso
Valeu mais que ouro em pó.
Tomara que o tratado
Seja também adotado
No país de Mossoró.
Postado por Marcos Mairton 
A literatura de cordel é uma forte ferramenta na língua portuguesa, podemos utilizar todos os gêneros textuais, visto que esse tipo de texto trabalha a poesia, a reportagem, romance, política e conflitos no geral. Além de trabalhar rimas e formação de opinião e respeito pela cultura nordestina, ou seja além de objetivos didáticos alcançamos outros objetivos que formam a personalidade e o caráter de nossos alunos.
Este cordel é um exemplo simples e criativo de conciliar os conteúdos com o cordel de maneira a facilitar a aprendizagem do aluno.


A poética do cordel

·         Quadra – uma estrofe de quatro versos
·         Sextilha – uma estrofe de seis versos
·         Septilha – uma estrofe de sete versos, essa é a mais rara
·         Oitava – uma estrofe de oito versos
·         Quadrão – os três primeiros versos rimam entre si, o quarto com o oitavo e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si
·         Décima – uma estrofe de dez versos

·         Martelo – estrofes formadas por decassílabos (estes são muito comuns em desafios e versos heroicos)

Características

A literatura de cordel possui algumas características bem peculiares, veja algumas das principais características desse gênero:
·         Suas ilustrações são feitas por xilogravuras;
·         Possui uma essência cultural muito forte, pois relata tradições culturais regionais e contribui bastante para a continuidade do folclore brasileiro;
·         São baratos e por isso atingem um grande público e isso acaba sendo um incentivo à leitura;
·         Quando os textos são considerados romances temos alguns recursos muito utilizados na narrativa, como: descrição de personagens, monólogos, súplicas, preces por parte do protagonista;
·         Suas histórias têm como ponto central uma problemática que deve ser resolvida com a inteligência e astúcia do personagem.
·         Sempre há um herói que sofre por não conseguir ficar com o seu amor, isso pode ser devido a uma proibição dos pais, noivados arranjados, coisas que impedem que o casal de ficar junto.

·         No final da história, o herói sempre sai ganhando, caso ele não consiga realmente o que queria há outra forma de equilibrar a história e fazer com que ele seja favorecido de alguma forma.

Como chegou ao Brasil?

Foi no século XVIII que a literatura de cordel chegou em nosso país. Durante o início da colonização os portugueses a trouxeram e aos poucos ela começou a se tornar popular. Há quem afirme que os folhetos foram introduzidos no Brasil pelo cantador Silvino Pirauá e em seguida pela dupla Leandro Gomes de Barros e Francisco das Chagas Batista. Inicialmente, quase todos os autores da literatura de cordel brasileira eram cantadores. Estes improvisavam os versos na hora que estavam cantando, viajavam pelas fazendas, vilarejos e pequenas cidades do sertão.

Para os escritores desse gênero é possível ser o repórter dos acontecimentos, representante do povo, narrar as histórias de Lampião, de João Grilo, falar sobre histórias de amor. Nos dias atuais a região brasileira onde temos o foco da literatura de cordel é o Nordeste. Os folhetos ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas nas feiras populares, ainda podemos encontra-los pendurados em cordões. Muitos escritores foram influenciados pela literatura de cordel, e entre eles temos: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.

Origem

A literatura de cordel teve início no século XVI, quando o Renascimento passou a popularizar a impressão dos relatos que pela tradição eram feitos oralmente pelos trovadores. A tradição desse tipo de publicação vem da Europa. No século XVIII esse tipo de literatura já era comum, e os portugueses a chamavam de literatura de cego, pois em 1789, Dom João V criou uma lei em que era permitido à Irmandade dos homens cegos de Lisboa negociar esse tipo de publicação. No início, a literatura de cordel também tinha peças de teatro, como as que Gil Vicente escrevia. Esta literatura foi introduzida no Brasil pelos portugueses desde o início da colonização.